quarta-feira, novembro 29, 2006

"Caipira Mineiro em uma Degustação de Vinhos"

- Hummm...
- Hummm...
- Eca!!!
- Eca???? Quem falou Eca?
- Fui eu, sô! O senhor num acha que esse vinho tá com um gostim estranho?
- Que é isso?! Ele lembra frutas secas adamascadas, com leve toque de trufas brancas, revelando um retrogosto persistente, mas sutil, que, enevoa as papilas de lembranças tropicais atávicas...
- Putaquepariu sô! E o senhor cheirou isso tudo aí no copo?!
- Claro! Sou um enólogo laureado. E o senhor?
- Cebesta, eu não! Sou isso não senhor!! Mas que isso aqui tá me cheirando iguarzinho à minha egüinha Gertrudes depois da chuva, la isso tá!
- Ai, que heresia! Valei-me São Mouton Rothschild!
- O senhor me desculpe, mas eu vi o senhor sacudindo o copo e enfiandoo narigão lá dentro.
O senhor tá gripado, é?
- Não, meu amigo, são técnicas internacionais de degustação entende? Caso queira, posso ser seu mestre na arte enológica. O senhor aprenderá como segurar a garrafa, sacar a rolha, escolher a taça, deitar o vinho e, então...
- E intão moiá o biscoito, né? Tô fora, seu frutinha adamascada!!!
- O querido não entendeu. O que eu quero é introduzí-lo no...
- Mais num vai introduzí mais é nunca! Desafasta, coisa ruim!
- Calma! O senhor precisa conhecer nosso grupo de degustação. Hoje, por exemplo, vamos apreciar uns franceses jovens...
- Hã-hã... eu sabia que tinha francês nessa história lazarenta.
- O senhor poderia começar com um Beaujolais!
- Num beijo lê, nem beijo lá! Eu sô é home, safardana!
- Então, que tal um mais encorpado?
- Óia lá, ocê tá brincano com fogo, cabra safado...
- Ou, então, um suave fresco!
- Seu moço, tome tento, que a minha mão já tá coçando de vontade de meter um tapa na sua cara desavergonhada!!!
- Já sei: iniciemos com um brut, curto e duro. O senhor vai gostar!
- Num vô não, fio de um cão! Mas num vô, memo!!!
Num é questão de tamanho e firmeza, não, seu fióte de brabuleta. Meu negócio é outro, qui inté rima com brabuleta...
- Então, vejamos, que tal um aveludado e escorregadio?
- E que tal a mão no pédovido, hein, seu fióte de Belzebu?
- Pra que esse nervosismo todo? Já sei, o senhor prefere um duro e macio, acertei?
- Eu é qui vô acertá um tapão nas suas venta, cão sarnento!!! Engulidô de rôia!!!
- Mole e redondo, com bouquet forte?
- Agora, ocê pulô o corguim!!! E é um... e é dois... e é treis!!!
Num corre, não, fiodumacadela!
Vorta aqui que eu te arrebento, sua bicha assanhada !!!...

quinta-feira, novembro 09, 2006

"Prece do Maçom"

Oh! Grande Arquiteto do Universo,
Faça que minhas decisões, meus dias, meus pensamentos,
Sejam os exatos reflexos dos seus ensinamentos,
E eu possa, assim, caminhar com integridade...
Quando fizer algo em favor dos outros,
Que meu nome seja simplesmente, como os demais, citado,
Sendo em tempo algum, jamais exaltado,
Pois, apenas estarei cumprindo minha obrigação de Maçom.
Grande Arquiteto do Universo,
Fazei com que eu não me sinta inebriado por nada,
Que minhas palavras brotem do fundo do coração,
E não sejam, simples arranjos de letras fabricados em meu cérebro e transmitidos,apenas para causar comoção!!!
Não permita que meu ego aprenda a conjugar somente a primeira pessoa do singular,
Incute em meu ser, o sentido do “nós”!!!
E que minhas ações sejam corretas e se difundam, brandamente,
Por intermédio da minha voz.
Se um dia detiver o poder em minha vida profana,
Que seja ele manso, digno, algo que não se ufana,
Posto que é efêmero!
Que eu não imponha regras quando ajudar a um irmão,
Pois deverei fazê-lo com carinho, desprendimento, empolgação,
Não permita que eu aprenda a julgar...
Ensina-me a perdoar,
A não guardar ódio em meu coração,
Pois se assim não for, serei apenas mais um na multidão.
Sentimentos como a cobiça e a vaidade,
Afaste-os do meu caminho.
Pois, caso contrário, é certo que um dia estarei sozinho.
E assim, quando o limite máximo me for imposto,
Que a serenidade esteja presente em meu rosto,
Que a alegria do dever cumprido se faça presente.
Ai então, os amigos haverão de lembrar que pela repetição dos meus atos,
Colecionei e emoldurei todos os fatos,
Se não fiz melhor, ao menos tentei.
Não importa quem eu seja,
Aprendiz, companheiro, mestre ou venerável,
Devo trazer o rosto sempre afável,
Pois esta é a verdadeira razão...
Gestos, sinais, simbologias,
Para dar sentido às nossas vidas, muitas vezes, vazias.
É por isso que nos reunimos...
Para tratarmos de assuntos que enlevam o espírito,
Para polirmos nossas imensas pedras brutas,
Para vivermos em paz, para vencermos nossas lutas...
Combater o despotismo, a tirania, os vícios humanos,
Referimo-nos aos de fora como profanos,
E muitas vezes, cometemos as mesmas e velhas falhas!!!
Grande Arquiteto,
Obrigado pela oportunidade que eu tive,
Obrigado pelos irmãos que ganhei,
E, especialmente, por esta vida que passei!!!
Se outra oportunidade me fosse dada,
Se outra vida pudesse ser vivida,
Se tivesse a opção de escolher,
Seria eu novamente um membro dessa loja,
Onde se aplicam normas de consciência e retidão,
E assim, teria eu novamente a chance de poder dizer,
Que fui um verdadeiro Maçom !!!

Milton S. - São Paulo - Brasil.

sexta-feira, outubro 27, 2006

"Aceitar as Pessoas"

Ouvi dois amigos conversando e um deles se queixava da incompreensão das pessoas, das agressões verbais, dos desentendimentos.
Isto o revoltava e ele dizia invejar a serenidade e o equilíbrio do interlocutor.

- Qual é o segredo? perguntou.
- Não existe segredo, mas somente paixão pela vida e esforços contínuos para aprender, respondeu o outro.
- Aprender o que?
- A aceitar as pessoas, mesmo que ela nos desapontem, quando não aceitam os ideais que escolhemos.
Quando nos agridem e nos ferem com palavras e atitudes impensadas.
- Mas é muito difícil aceitar pessoas assim.
- É verdade. É difícil aceitá-las como elas são e não como gostaríamos que elas fossem.
- Mas qual é o nosso direito de mudá-las?
- E como você consegue?
- Estou aprendendo a amar.
- Estou aprendendo a escutar, mas não apenas com os ouvidos, também com os olhos, com o coração, com a alma, com todos os sentidos.

Muitas vezes as pessoas não falam com palavras, mas com a postura.
Fique atento para os que falam com os ombros caídos, os olhos e as mãos irrequietas.
Assim como você pode ler as entrelinhas de um texto, pode ouvir coisas entre as frases de uma conversa corriqueira, banal, que somente o coração pode ouvir.
Não raro, há angústia e desespero disfarçados, insegurança escondida em palavras ásperas, solidão fantasiada na tagarelice.
Aos poucos estou aprendendo a amar, e amando estou aprendendo a perdoar.
Perdoando, apago as mágoas e curo as feridas, sem deixar cicatrizes nos corações magoados e tristes.
Aprendo com a vida o valor de cada vida e procuro entender os rejeitados, os incompreendidos. Nem sempre consigo, mas estou tentando.
Quanto a nós, vamos tentar construir a paz, sem desânimo, com muito amor, muito amor no coração.


Por Paulo Hardin Portela Ribeiro

quinta-feira, outubro 19, 2006

"Marcas do Coração"

Onde quer que nossas mãos toquem,
Lá deixamos nossas impressões digitais.
Em paredes, em móveis,
Em maçanetas, em pratos e em livros.
Manchas, marcas, mostrando que lá estivemos!
Peço Senhor, por favor,
Onde quer que hoje eu vá...
Ajude-me a deixar apenas marcas do coração.
Marcas de compaixão,
Compreensão e amor.
Marcas de bondade
E interesse genuíno.
Sairei hoje... para deixar marcas do coração...
E se alguém disser...
"Eu senti seu toque!"
Na verdade terá sentido o seu toque amável,
Senhor, através de mim!
Tomara que meu coração deixe marcas em
Meu vizinho solitário, com um sorriso,
Uma mãe preocupada, com paz,
Uma criança desamparada, com segurança,
Uma pessoa desabrigada, com calor,
E meus amigos, com amor.


Por Paulo Hardin Portela Ribeiro

quinta-feira, setembro 28, 2006

"O que é um Churrasco ?"


(Do Ponto de Vista da mulher)
"O churrasco é o único cozimento que um homem faz; quando um homem se propõe para realizar um, a cadeia dos acontecimentos é a seguinte:
01 - A mulher vai ao supermercado comprar o que é necessário.
02 - A mulher prepara a salada, arroz, farofa, vinagrete e a sobremesa.
03 - A mulher tempera a carne, dispõe-na numa bandeja com os talheres necessários enquanto que o homem está deitado junto à churrasqueira, bebendo uma cerveja.
04 - O homem coloca a carne no fogo.
05 - A mulher vai para dentro de casa pôr a mesa e verificar o cozimento dos legumes.
06 - A mulher diz ao marido que a carne está queimando.
07 - O homem tira a carne do fogo.
08 - A mulher arranja os pratos e coloca-os na mesa.
09 - Após a refeição, a mulher traz a sobremesa e lava a louça.
10 - O homem pergunta à mulher se ela apreciou não ter que cozinhar.. e perante o ar aborrecido da mulher, conclui que elas nunca estão satisfeitas...

(Do Ponto de Vista do homem)

01 - Nenhum churrasqueiro é tonto o suficiente para pedir à mulher para fazer as compras para um churrasco, pois ela vai trazer cerveja Kaiser, um monte de bifes, asas de frango e uma peça de picanha de 4,800 Kg que o açougueiro disse ser "Ótima", pois não conseguiu empurrar para nenhum homem.
02 - Salada, arroz, farofa, vinagrete e a sobremesa? Ela prepara isto só para as mulheres comerem. O homem come só a carne.
03 - Temperar carne??? Na carne só se joga sal grosso na hora de assar e pronto. Bandeja com talheres? Só se for para as frescas. Homem que é homem, come com as mãos.
04 - Coloca a carne no fogo??? A carne vai para a grelha ou para um espeto que tem que ser virado à toda hora.
05 - Legumes??? Como eu já disse, só as mulheres comem isso.
06 - Carne queimando??? O homem só deixa a carne queimar quando a mulherada reclama: " Não quero comer sangue " ; " Isto está muito cru..." Deixa passar um pouquinho mais ( após a décima vez que você oferece o mesmo pedaço que estaria no ponto uma hora antes ). Ou seja, elas acabam comendo carne em forma de carvão, tão mole e suculenta quanto o espeto.
07 - Ainda bem que somos nós é que tiramos a carne do fogo, pois se fossem elas, comeríamos carvões como os descritos no parágrafo anterior.
08 - Pratos??? Só se for para elas mesmas!!!!
09 - Sobremesa? Só se for mais uma Skol. Lavar louça?? Só usei meus dedos!!! (limpei na calça).
10 - Realmente, ninguém nunca vai entender as mulheres.... Nem elas nunca vão entender o que é um churrasco!!!!!"
Este texto é apenas uma sátira, nós homens não vivemos sem as mulheres. Obrigado por vocês existirem e terem paciência conosco.
Adaptado por Hiran - Autor desconhecido.

domingo, setembro 17, 2006

"Um Poema de Chaplin"

Já perdoei erros quase imperdoáveis,
tentei substituir pessoas insubstituíveis e
esquecer pessoas inesquecíveis.
Já fiz coisas por impulso,
já me decepcionei com pessoas quando nunca pensei me decepcionar,
mas também decepcionei alguém.
Já abracei pra proteger,
já dei risada quando não podia,
fiz amigos eternos,
amei e fui amado,
mas também já fui rejeitado,
fui amado e não amei.
Já gritei e pulei de tanta felicidade,
já vivi de amor e fiz juras eternas,
"quebrei a cara" muitas vezes!
Já chorei ouvindo música e vendo fotos,
já liguei só pra escutar uma voz,
me apaixonei por um sorriso,
já pensei que fosse morrer de tanta saudade,
já tive medo de perder alguém especial!
Mas vivi!
E ainda vivo!
Não passo pela vida...
e você também não deveria passar.
Viva!!!


Por Chaplin !

sexta-feira, setembro 08, 2006

"Carta de um Profano a Outro"

Zé!,
Priciso ti contá esta história.
Tava eu numa noite dessas procurando uma loja de coisas da tua profissão prá comprá o seu presente de Natal, quando encontrei um predião que me apontaram, tudo aceso, cheio de gente. Eta turma boa.
Perguntei: "Aqui é loja de pedreiros?"- Invés de resposta, só foi abraço. Descobriram logo que sou mecânico, Zé, porque todo mundo me perguntava onde ficava a minha oficina.
Lojona bonita aquela, com quadros, tapetes, ventiladores, até livro de visitas tinha que assiná. Gozado, com aquele calorão doido, queriam saber quantos graus estava fazendo e não tinha termômetro. Devia tá mais de 30, então "carquei" lá no livrão: 33. Acho que acertei na mosca, porque todo mundo me abraçava bastante.
Depois todo mundo entrou pro salão onde tava as mercadorias. Tinha cuié de pedreiro, prumo, nível, esquadro, alavanca, compasso, régua, até pedra. Tinha também mesas e cadeiras que não acabava mais. Acho que algumas dessas mesas tava com o tampo solto porque os caras pegaram uns martelinhos e começaram a batê. Até a porta devia está emperrada, porque um sujeito começou a batê com o cabo de um espeto.
Depois pensei que um indivíduo lá era cego. Perguntou onde sentava fulano..., onde sentava o sicrano..., queria saber que horas eram..., coitado! Teve um espírito de porco que falou prá ele que era meio-dia em ponto. E não é que ele acreditou!
Depois outro sujeito foi perto dele e começaram a cochichar aqui e ali. Um deles reclamou de um tal de Arão que fez um estrago com óleo. Disse que derramou na cabeça, na barba e no vestido de uma tal de Dona Orla. Confirmei qie o cara era cego porque ele falou que a loja tava aberta e então olhei e vi que tava fechada. Nessa hora notei que até lá você era conhecido. Sentiram sua falta e começaram a perguntar: "e o Zé?, e o Zé?, e o Zé?".
Depois aguentei um tempão um sujeito falá umas baboseiras que não entendí nada e, até que enfim, mandaram fazer as propostas. Veio outro sujeito recolher elas com saquinho e então mandei a minha: dava cinqüenta mangos naquela corda pindurada lá em cima, toda enroscada.
Sabe? O cara tava se fazendo mesmo de cego. Ele leu a minha proposta e não disse nada. Acho que fui munheca demais. Aí inventaram que estava chovendo, que tinha goteira na loja e acabaram me pondo prá fora.
Tá certo, Zé, era justo, era perfeito. Mas se acharam pouco o valor que eu escreví, bem que podiam fazer uma contraproposta, não acha?

Por Ari Casarini de Carvalho.

domingo, setembro 03, 2006

"O Palácio e o Templo"

Sempre tive admiração pelas pessoas capazes de lembrar dos seus sonhos, com detalhes, pois isso, para mim, é bastante difícil. Às vezes, consigo pinçar uma ou outra imagem que acaba perdida no burburinho dos meus pensamentos e nunca me preocupei com a interpretação ou com o significado desses detalhes aflorados.
Durante a noite de sexta-feira, no entanto, aconteceu o inusitado: Tive um sonho em que me foi possível fixar um detalhe; um curtíssimo, mas importante detalhe e gostaria de compartilhar com vocês esse episódio, por considerar que está profundamente ligado à nossa caminhada e à nossa busca pelo entendimento dos mistérios mais profundos da nossa essência, os quais desvelam o nosso verdadeiro Ser. Eis o sonho:
Sonhei que estava em uma campina onde havia uma espécie de ruína, ou os restos de uma antiga construção. Ali, sentado em uma das pedras do que fora um muro, estava um velho, descalço, de barbas e cabelos longos, trajando uma vestimenta semelhante à dos antigos essênios do Mar-Morto. Imaginei que fosse um Mestre da Sabedoria Arcana. Na mão direita, segurava um cajado nodoso e de seu olhar fluiam sensações de paz, harmonia e, principalmente, confiança..
Olhando-me, docemente, disse o ancião: “Se tens um palácio de aventura, abençoa-o!” Em seguida, desapareceu...”. Passei o resto da noite, quase em vigília, pensando no assunto, todas as vezes que me pegava acordado.
Acordei procurando encontrar algum significado para a frase, com um sentimento incrível de perda, por não poder ter tido a oportunidade de prolongar aquele prenúncio de diálogo, sem dúvida, profundo e benéfico para o meu espírito.
De manhãzinha, quando já via os raios do Sol bisbilhotando a veneziana do quarto, recebi o prêmio pela persistente busca; em minha mente formou-se toda uma imagem que transfiro para esse texto, agradecendo ao velho sábio e à minha intuição que se pôs em atividade:
Dependendo do ângulo em que se veja a questão, um “palácio” e um “templo” têm suas semelhanças, pois ambos foram construídos para a residência de algum rei. Um palácio é a morada de um soberano.
Em um palácio habita um rei do mundo terreno, entregue ao luxo de vivenciar a matéria com todos os seus desejos e prazeres, dedicando-se à uma vida de regalias, de excessos e de aventuras.
O templo, entretanto, é a habitação do Divino, do Supremo Soberano, do Grande Arquiteto do Universo. É lá onde se vivencia a ligação com o sagrado; onde se experimenta a conexão com as profundezas do espírito e onde está a simbologia que aponta para as leis que regem o Universo.
Cada um de nós, ao aceitar a etapa de aprendizagem nesse plano terreno, recebe uma construção que lhe servirá de morada; o corpo físico. Com o emprego do livre arbítrio escolhemos o que iremos fazer dele transformando-o em um palácio ou em um templo.
Poderemos, com o emprego da vontade, transformá-lo em um palácio de aventuras, se o reinante for o nosso “ego”. Nesse caso, o palácio servirá para atender aos incessantes e crescentes apelos dos cinco sentidos, buscando satisfazer-lhes as exigências, que a cada momento se apuram e se multiplicam.
Os vassalos, a criadagem e a corte, nesse palácio, são os nossos pensamentos, sentimentos, palavras e ações, cada vez mais fiéis ao ego reinante, orientado pelos nossos conceitos e pré-conceitos nascidos da formação mundana que recebemos, oposta aos ensinamentos que nos conduzem às vivências evolutivas para o caminho do aperfeiçoamento ou da polidura.
As visitas recebidas nesse palácio, tão estreitamente ligadas ao soberano, trazem os presentes diletos que vêm com a sensualidade luxuriosa, a gula, a preguiça, avareza, a vaidade, a ira, a intolerância, a deslealdade, o orgulho e todos os vícios que as acompanham.
Esses visitantes deixam o palácio repleto de fuligens que se agregam pelas paredes, representadas pelos resíduos das drogas entorpecedoras, das fumaças que alteram os estados de consciência, de todas as substâncias químicas injetadas nas instalações hidráulicas, bem como os alimentos corrosivos que são armazenados nas despensas reais, enfraquecedores dos alicerces dos corredores e dos salões.
As formas-pensamento liberadas pela ação dos visitantes e dos presentes criam conseqüências, cujos resultados serão os ajustes reclamados pela Lei Universal de Causa e Efeito...
Foi aí que consegui entender as palavras do sábio ancião: “Se tens um palácio de aventura, abençoa-o!”. Entendi que abençoar o “palácio”, significa a ação transformá-lo em “templo”. Isto é, prepará-lo, com todo o sacrifício que isso significar, para transformá-lo na condidgna habitação da Divindade, que é a sua verdadeira finalidade.
Para isso, é necessário que nos dediquemos, com todo o nosso esforço e toda a nossa vontade, à tarefa limpar os resíduos corrosivos do palácio, “construindo masmorras aos vícios e levantando o templo para as virtudes” que são as convivas do Grande Arquiteto do Universo.
Essa “bênção” de que nos falou o velhinho é a nossa entrega às atitudes responsáveis como obreiros que sentem em seus próprios corpos a habitação Daquele que preside toda a Criação, em todos os Universos. Essa bênção foi expressa pelo Mestre Jesus quando disse aos “doze”: “Acaso não sabeis que sois templos do Divino e que o Espírito Santo reside em vós?” Afirmação também reforçada em outra máxima quando nos alertou ser impossível “servir, ao mesmo tempo, a dois senhores...”
Nunca mais esqueci o sábio conselho do velhinho....

Por O Aprendiz:.

quarta-feira, agosto 30, 2006

"A Marca que Deixamos nas Pessoas"

Quando eu era criança, bem novinho, meu pai comprou o primeiro telefone da nossa vizinhança.
Eu ainda me lembro daquele aparelho preto e brilhante que ficava na cômoda da sala.
Eu era muito pequeno para alcançar o telefone, mas ficava ouvindo fascinado enquanto minha mãe falava com alguém.
Então, um dia eu descobri que dentro daquele objeto maravilhoso morava uma pessoa legal.
O nome dela era "Uma informação, por favor" e não havia nada que ela não soubesse.
"Uma informação, pôr favor", poderia fornecer qualquer número de telefone e até a hora certa. Minha primeira experiência pessoal com esse gênio-na-garrafa veio num dia em que minha mãe estava fora, na casa de um vizinho.
Eu estava na garagem mexendo na caixa de ferramentas quando bati em meu dedo com um martelo. A dor era terrível, mas não havia motivo para chorar, uma vez que não tinha ninguém em casa para me oferecer a sua simpatia.
Eu andava pela casa, chupando o dedo dolorido até que pensei: O telefone! Rapidamente fui até o porão, peguei uma pequena escada que coloquei em frente à cômoda da sala. Subi na escada, tirei o fone do gancho e segurei contra o ouvido. Alguém atendeu e eu disse: "Uma informação, pôr favor". Ouvi uns dois ou três cliques e uma voz suave e nítida falou em meu ouvido. ""Informações"", -Eu machuquei meu dedo..., disse, e as lágrimas vieram facilmente, agora que eu tinha audiência. "A sua mãe não esta em casa?", ela perguntou."Não tem ninguém aqui...", eu soluçava."Está sangrando?" "Não", respondi. "Eu machuquei o dedo com o martelo, mas tá doendo...""Você consegue abrir o congelador?", ela perguntou. Eu respondi que sim. "Então pegue um cubo de gelo e passe no seu dedo", disse a voz. Depois daquele dia, eu ligava para "Uma informação, por favor" por qualquer motivo. Ela me ajudou com as minhas dúvidas de geografia e me ensinou onde ficava a Filadélfia. Ela me ajudou com os exercícios de matemática. Ela me ensinou que opequeno esquilo que eu trouxe do bosque deveria comer nozes e frutinhas. Então, um dia Petey meu canário morreu. Eu liguei para "Uma informação, por favor" e contei o ocorrido.
Ela escutou e começou a falar aquelas coisas que se dizem para uma criança que está crescendo. Mas eu estava inconsolável.
Eu perguntava: "Por que é que os passarinhos cantam tão lindamente e trazem tanta alegria pra gente para, no fim, acabar como um monte de penas no fundo de uma gaiola?"
Ela deve ter compreendido a minha preocupação, porque acrescentou mansamente: "Paul, sempre lembre que existem outros mundos onde a gente pode cantar também..."
De alguma maneira, depois disso eu me senti melhor. No outro dia, lá estava eu de novo.
"Informações": disse a voz já tão familiar.
"Você sabe como se escreve 'exceção'?" Tudo isso aconteceu na minha cidade natal ao norte do Pacifico. Quando eu tinha 9 anos, nós nos mudamos para Boston. Eu sentia muita falta da minha amiga.
"Uma informação, por favor" pertencia aquele velho aparelho telefônico preto e eu não sentia nenhuma atração pelo nosso novo aparelho telefônico branquinho que ficava na nova cômoda na nova sala. Conforme eu crescia, as lembranças daquelas conversas infantis nunca saiam da minha memória.
Freqüentemente, em momentos de duvida ou perplexidade, eu tentava recuperar o sentimento calmo de segurança que eu tinha naquele tempo. Hoje eu entendo como ela era paciente, compreensiva e gentil ao perder tempo atendendo as ligações de um molequinho.
Alguns anos depois, quando estava indo para a faculdade, meu avião teve uma escala em Seattle. Eu teria mais ou menos meia hora entre os dois vôos. Falei ao telefone com minha irmã, que morava lá, por 15 minutos. Então, sem nem mesmo sentir que estava fazendo isso, disquei o número da operadora daquela minha cidade natal e pedi: "Uma informação, pôr favor".
Como num milagre, eu ouvi a mesma voz doce e clara que conhecia tão bem, dizendo:"Informações".
Eu não tinha planejado isso, mas me peguei perguntando: "Você sabe como se escreve 'exceção'?"
Houve uma longa pausa. Então, veio uma resposta suave: "Eu acho que o seu dedo já melhorou, Paul". Eu ri. "Então, é você mesma!", eu disse. "Você não imagina como era importante para mim naquele tempo".
"Eu imagino", ela disse. "E você não sabe o quanto significavam para mim aquelas ligações. Eu não tenho filhos e ficava esperando todo os dias que você ligasse".
Eu contei para ela o quanto pensei nela todos esses anos e perguntei se poderia visitá-la quando fosse encontrar a minha irmã."É claro!", ela respondeu. "Venha até aqui e chame a Sally".
Três meses depois eu fui a Seattle visitar minha irmã. Quando liguei, uma voz diferente respondeu:"Informações".
Eu pedi para chamar a Sally."Você é amigo dela?", a voz perguntou.
"Sou, um velho amigo. O meu nome é Paul"."Eu sinto muito, mas a Sally estava trabalhando aqui apenas meio período porque estava doente. Infelizmente, ela morreu há cinco semanas". Antes que eu pudesse desligar, a voz perguntou:
"Espere um pouco. Você disse que o seu nome é Paul?
"Sim!"
"A Sally deixou uma mensagem para você. Ela escreveu e pediu para eu guardar caso você ligasse. Eu vou ler para você".A mensagem dizia: "Diga a ele que eu ainda acredito que existem outros mundos onde a gente pode cantar também. Ele vai entender". Eu agradeci e desliguei. Eu entendi...

"NUNCA SUBESTIME A "MARCA" QUE VOCÊ DEIXA NAS PESSOAS".

Por Emerson Castro – Ap:.M:.

segunda-feira, agosto 28, 2006

"Carta de um Maçom a seu Filho"

Meu Filho,

Quando você parar de me contar - como ainda você faz - as suas brincadeiras e as suas coisas pessoais; quando você não tiver mais medo da "escuridão" e decidir abrir, finalmente, as páginas desses livros desconhecidos que hoje você somente olha, talvez mal ajeitados, na estante do meu escritório, e que conservo com muito carinho; quando for adulto, aproxime-se desses senhores que hoje você acha misteriosos e que, se bem não te desagradam, te merecem tão somente certa indiferença.Procura essas pessoas que, freqüentemente, me ligam ou me visitam e com quem compatilho algumas horas, a cada semana, nesses dias que você vê eu chegar mais tarde em casa. Sim, procura esses homens que a sociedade identifica como "Os Maçons" e que eu chamo, orgulhosamente de, "Meus Irmãos". Tantas vezes você os viu e ouviu que, provavelmente, já conheça todos eles. A grande maioria são jovens; alguns, homens maduros; e outros, com as suas testas coroadas por cabelos grisalhos, do mesmo jeito que algumas montanhas mostram seus cumes, cobertos pelo branco da neve. Mas todos eles me permitiram beber da fonte da sabedoria. Todos, por igual, abriram seus peitos como se abre uma cesta para receber as confidências, a alegria, os infortúnios e decepções, os projetos e as ilusões do melhor amigo. Sim, procura essas pessoas, sem importar o longo caminho a ser percorrido, nem quantos os obstáculos que devam ser vencidos. Decidido a procura-los, o Ser Supremo vai mostrar-te o caminho. E quando souber o que é que eles fazem, como pensam e o que pretendem, desde que o teu espírito esteja satisfeito, e achadas todas as tuas respostas, junte-se a eles e siga-os. Mas, se mesmo depois de analisar os seus princípios, as tuas dúvidas continuarem sem resposta, então, meu Filho, saia do caminho, com a decência de um homem bem nascido. Se eu ainda for vivo, baterei palmas à tua decisão, a aceitarei, pois você terá estudado antes de definir e porque conseguiu analisar a tua escolha, ou seja, terá decidido por você mesmo, após ter pensado e raciocinado. E, caso eu tiver passado para o Oriente Eterno, vou pedir ao Grande Arquiteto do Universo para enfeitar a tua vida com os atributos que sempre procurei para você e que, Maçom ou não, o Mundo te reconheça como sendo um homem honesto, virtuoso, justo, respeitável, oposto a todo gênero de opressão e com um profundo amor pela humanidade.
Seu Pai e Maçom com muita Honra.


Por Weber Varrasquim

sexta-feira, agosto 25, 2006

"Prece de um Maçom"

Oh! Grande Arquiteto do Universo,
Faça que minhas decisões, meus dias, meus pensamentos,
Sejam os exatos reflexos dos seus ensinamentos,
E eu possa, assim, caminhar com integridade...
Quando fizer algo em favor dos outros,
Que meu nome seja simplesmente, como os demais, citado,
Sendo em tempo algum, jamais exaltado,
Pois, apenas estarei cumprindo minha obrigação de Maçom.
Grande Arquiteto do Universo,
Fazei com que eu não me sinta inebriado por nada,
Que minhas palavras brotem do fundo do coração,
E não sejam, simples arranjos de letras fabricados em meu cérebro e transmitidos,
apenas para causar comoção!!!
Não permita que meu ego aprenda a conjugar somente a primeira pessoa do singular,
Incute em meu ser, o sentido do “nós”!!!
E que minhas ações sejam corretas e se difundam, brandamente,
Por intermédio da minha voz.
Se um dia detiver o poder em minha vida profana,
Que seja ele manso, digno, algo que não se ufana,
Posto que é efêmero!
Que eu não imponha regras quando ajudar a um irmão,
Pois deverei fazê-lo com carinho, desprendimento, empolgação,
Não permita que eu aprenda a julgar...
Ensina-me a perdoar,
A não guardar ódio em meu coração,
Pois se assim não for, serei apenas mais um na multidão.
Sentimentos como a cobiça e a vaidade,
Afaste-os do meu caminho.
Pois, caso contrário, é certo que um dia estarei sozinho.
E assim, quando o limite máximo me for imposto,
Que a serenidade esteja presente em meu rosto,
Que a alegria do dever cumprido se faça presente.
Ai então, os amigos haverão de lembrar que pela repetição dos meus atos,
Colecionei e emoldurei todos os fatos,
Se não fiz melhor, ao menos tentei.
Não importa quem eu seja,
Aprendiz, companheiro, mestre ou venerável,
Devo trazer o rosto sempre afável,
Pois esta é a verdadeira razão...
Gestos, sinais, simbologias,
Para dar sentido às nossas vidas, muitas vezes, vazias.
É por isso que nos reunimos...
Para tratarmos de assuntos que enlevam o espírito,
Para polirmos nossas imensas pedras brutas,
Para vivermos em paz, para vencermos nossas lutas...
Combater o despotismo, a tirania, os vícios humanos,
Referimo-nos aos de fora como profanos,
E muitas vezes, cometemos as mesmas e velhas falhas!!!
Grande Arquiteto,
Obrigado pela oportunidade que eu tive,
Obrigado pelos irmãos que ganhei,
E, especialmente, por esta vida que passei!!!
Se outra oportunidade me fosse dada,
Se outra vida pudesse ser vivida,
Se tivesse a opção de escolher,
Seria eu novamente um membro dessa loja,
Onde se aplicam normas de consciência e retidão,
E assim, teria eu novamente a chance de poder dizer,
Que fui um verdadeiro Maçom!!!

Por Milton S.

segunda-feira, agosto 21, 2006

"E Afinal o que é Ser Maçom"

Como Ser Maçom !

Ser Maçom é ser amante da Sabedoria, da Virtude, da Justiça, da Humanidade.
Ser Maçom é ser amigo dos pobres, dos desgraçados que sofrem, que choram, que têm fome, dos que clamam pelo Direito, pela Justiça e os utilizam como única norma de conduta o bem de todos e seu engrandecimento e o progresso.
Ser Maçom é querer a harmonia das famílias, a concórdia dos povos, a paz do gênero humano.
Ser Maçom é derramar por toda a parte os divinos esplendores da instrução; educar para o bem, a inteligência; conceber os mais belos ideais do Direito, da Moralidade, da Honra e praticá-los.
Ser Maçom é levar para o terreno prático, aquele formosíssimo preceito de todos os lugares e todos os séculos, que diz com infinita ternura aos homens de todas as raças, desde o alto de uma cruz e como os braços abertos ao mundo: “amai-vos uns aos outros, formais uma só família, sede irmãos.”
Ser Maçom é pregar a tolerância; praticar a caridade sem distinção de raças, crenças ou opiniões, é lutar contra a hipocrisia e o fanatismo.
Ser Maçom é viver para a realização da Paz Universal, tendo pelos vivos o mesmo respeito que dedicamos aos nossos mortos.
Se o senhor não reúne estas condições, afaste-se da Maçonaria!

Por Lázaro Chaves

sexta-feira, agosto 18, 2006

"A Sabedoria do Fogo"

A SABEDORIA DO FOGO

Um jovem Maçom de uma determinada loja, a qual freqüentava regularmente, inesperadamente sem nenhum aviso ou motivo aparente, deixou de participar de suas atividades.
Após algumas semanas sentindo sua falta, um Maçom daquela mesma loja decidiu visitá-lo.
Era uma noite muito fria e chuvosa, daquelas que agente sente um arrepiu na espinha.
Ao chegar, encontrou o jovem Maçom em casa sozinho, sentado diante da lareira, onde ardia um fogo brilhante e acolhedor.
Imaginando a razão da inesperada visita, o Jovem Maçom deu as boas vindas e convidou o Irmão a sentar em uma cadeira entorno da grande lareira onde estava.
Apreensivo e com certa vergonha o jovem Maçom ficou quieto, pensando e olhando o fogo a sua frente.
O Maçom acomodou-se confortavelmente no local indicado, mas para a surpresa do jovem Maçom, não disse nada.
No silêncio sério que se formava, os dois contemplavam a dança das chamas em torno das achas de lenha, que ardiam.
Ao cabo de alguns minutos, o Maçom levantou-se, examinou o fogo, revirou com um atiçador as brasas que se formaram, e cuidadosamente selecionou uma delas, a mais incandescente e viva de todas. Empurrando-a para o lado e deixando-a separada das demais, voltou então a sentar-se, permanecendo em silencioso e imóvel novamente.
O jovem Maçom prestava atenção a tudo, observava e permanecia quieto.
Aos poucos a chama da brasa que fora separada, agora solitária diminuía, até que houve um brilho momentâneo e como um ultimo suspiro, apagou-se repentinamente.
Em pouco tempo o que antes era uma fonte de luz e calor, agora não passava de um negro, frio e morto pedaço de carvão recoberto de fuligem acinzentada.
Nenhuma palavra tinha sido dita até esse momento, desde o formal cumprimento inicial entre os dois irmãos.
O Maçom antes de se preparar para sair, manipulou novamente o carvão frio e inútil, e colocou-o de volta no meio do fogo.
Quase que imediatamente ele tornou-se incandescente, voltou a brilhar auxiliado pelo fogo e calor dos carvões ardentes em torno dele.
A fogueira na mesma hora ficou mais viva e bonita.
Quando o Irmão alcançou a porta para partir, o jovem Maçom disse:
- Obrigado meu Irmão.
- Sua visita e seu belíssimo sermão me fizeram entender a minha importância e a minha necessidade de ser útil.
Estou voltando ao convívio de vocês.
Adaptado por Hiran

quinta-feira, agosto 17, 2006

"As Sete Lágrimas de um Maçom"

As Sete Lágrimas de Um Maçom

A primeira, eu dei a estes indiferentes que aqui vêm em busca de distração, para saírem ironizando aquilo que suas mentes ofuscadas não podem conceber...
A segunda a esses eternos duvidosos que acreditam, desacreditando, na expectativa de um milagre que os façam alcançar aquilo que seus próprios merecimentos negam.
A terceira distribuiu aos maus, aqueles que somente procuram a MAÇONARIA, em busca de vingança, desejando sempre prejudicar a um seu semelhante.
A quarta, aos frios e calculistas que sabem que existe uma irmandade e procuram beneficiar-se dela de qualquer forma e não conhecem a palavra gratidão.
A quinta, chega suave, tem o riso, o elogio da flor dos lábios mas se olharem bem o seu semblante, verão escrito:
A Maçonaria é a prática da beneficência e da investigação constante da verdade, Seus fins supremos são: LIBERDADE, IGUALDADE e FRATERNIDADE.
A sexta, eu dei aos fúteis que vão de loja em loja, que tem verdadeira psicose pelo poder, não acreditando em nada, buscam aconchegos e conchavos e seus olhos revelam um interesse diferente.
A sétima, filho, notas como foi grande e como deslizou pesada? Foi a última lágrima, aquela que vive nos "Olhos" de todos os mestres. Fiz doação dessas aos maçons vaidosos, que só aparecem na loja em dia de festa e faltam às doutrinas. Esquecem, que existem tantos irmãos precisando de caridade e tantas criancinhas precisando de amparo material e espiritual. Assim, meu irmão, foi para esses todos, que vistes cair, uma a uma.

Por W.W. da Matta e Silva
Adaptação Evanildo Bezerra de Queiroz

segunda-feira, agosto 14, 2006

"Um dia de Aprendiz"

UM DIA DE APRENDIZ

Talhar a pedraria
Entre irmãos é tudo afeto.
Começa a faina, já raia o dia
Em honra ao Arquiteto.
Aqui ferramentas me deram
Para o trabalho braçal.
As três, então me disseram
De ti arrancarão o mal.
Assumo então o meu posto,
Percorro em torno o olhar:
Achando em cada rosto
A forma de trabalhar.
No grande canteiro de obras
Comecei a labutar,
Buscando em meio às sobras
A pedra bruta talhar.
A tosca pedra é atributo
No homem da imperfeição,
Ela é também o reduto
Do impulso, vício e paixão
A destra percorre o espaço
Veloz a força levando
Na presteza do que faço
A obra vai se talhando.
A sinistra com sapiência
Orienta o caminho a seguir.
Pouco a pouco então começa
O aço a pedra ferir.
A ignorância em lascas segue
Amontoando-se pelo chão
Ao mesmo destino é entregue
O egoísmo seu irmão.

O sol já está a pino
Há muito trabalho a cumprir.
De tempos em tempos defino
As veredas do porvir.
Por vinte quatro tempos
Avalio meu proceder
De passos em passos lentos
No destino a percorrer.
Reto ouvir, reto ver
Reto andar, reto fazer
Do Buda ainda escuto
As palavras a dizer.
Retine na pedra o metal
Em incessante cantilena
Pouco a pouco dou a tal
Uma forma mais amena.
O mestre percorre o canteiro
Avaliando meu trabalho
Talvez seja o alvo certeiro
Para um aumento de salário.
Infinitas horas trabalho
Buscando a perfeição
Medindo o quanto valho
Nesta constante ascensão.
Enfim chega o momento
Do merecido descanso
A hora da paga é o evento
Que culmina o meu avanço
É meia noite e o silêncio
Das três adormecidas
Permitem-me então o ócio
Após tão duras lidas.
Então agradeço ao arquiteto
A sabedoria que me inspirou
A força que me manteve ereto
E a beleza que me elevou.
* Por Mario Lourenço Paz Pereira

sexta-feira, agosto 11, 2006

"Por Causa da Gramática"

Uma das melhores coisas na vida das pessoas já amadurecidas, são as lembranças. Boas ou más, não importa, pois embora sejamos nós quem as qualifica, na verdade, elas são, apenas lembranças e como tal, podem servir para que re-avaliemos os nossos valores, conceitos, verdades e atitudes passadas podendo funcionar como balizamento para as nossas experiências futuras e para redefinições das nossas leituras do mundo, principalmente, do aqui e agora.
Num desses momentos em que nos afloram as lembranças, vi-me, no passado, estudando a Gramática da Língua Portuguesa, num livro que acredito tenha sido escrito por Pascoal Segalla, ou Napoleão Mendes de Almeida, no qual o assunto do estudo eram as Classes das Palavras e mais precisamente, o Substantivo.
O importante dessa lembrança, é que a partir dela, tive a feliz possibilidade de alçar um formidável vôo pelos terrenos da Filosofia e da Teologia e tudo começou na definição de “substantivo”. Daí para a frente, o prazer foi todo meu...
Dizia a gramática, em sua definição: “Substantivo é a palavra variável que designa o ser”. Mais adiante, o livro definia o “ser”, da seguinte forma: “Ser é tudo o que existe”.
Foi nesse exato momento que começaram as minhas especulações lógicas: Ora, se o Ser é tudo o que existe, isso quer dizer que todas as coisas que existem, aquilo que chamamos de “tudo”, fazem parte do Ser, logo, a recíproca também é verdadeira. Se o Ser é tudo o que existe, não é menos verdade que tudo o que existe é o Ser.
Ampliando mais um pouco essa especulação, pude considerar que tudo o que foi criado partiu de um único ponto; o ponto inicial de toda a gênese; O Criador, O Incriado, Aquele que sempre existiu, o Todo em Si mesmo, ou seja, O G.A.D.U.
Se nada havia, antes d´Ele, tudo o que foi criado foi gerado por Ele e a partir d´Ele. Portanto, tudo o que saiu d´Ele é uma fração d´Ele mesmo ou seja, do Todo que Ele É. Logo, tudo o que existe é o Ser e o Ser é Ele porque tudo o que não existia a partir d´Ele, já existia na própria eternidade d´Ele mesmo e isso quer dizer que tudo o que existe é eterno porque É Ele...
Assim, o todo da Criação vive, respira e se move eternamente, n´Ele, porque o Todo é Ele próprio e tudo o que existe está e É no próprio SER
Resta-nos, agora, a seguinte conclusão: Se tudo é Ele, Ele também é o Todo. Logo, nada saiu dele, porque tudo é Ele. Assim, Ele não precisa ser definido como o Todo, nem como Tudo, mas simplesmente, nomeado como “AQUELE QUE É”, isto é, O SER.
Dessa forma, entendemos que o professor de Português foi iluminado ao escrever a definição de substantivo que, agora faz um significativo sentido: “SER É TUDO O QUE EXISTE”.

E foi em razão daquela lembrança da definição de substantivo, no livro de Gramática, que foi possível compreender porque, quando perguntado, Deus deu o seu nome a Moisés, no Monte Horeb, na primeira pessoa do singular. Em “Êxodo, 3-14, disse Ele a Moisés: “EU SOU O QUE SOU”. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós”. Finalmente, ainda em êxodo, 3-15, disse, ainda: “...ESSE É MEU NOME ETERNAMENTE...”
Bem, não é minha intenção confundir a cabeça de ninguém, mas, tudo isso que foi dito é simplesmente fantástico! Você não acha?
Pense nisso, meu amigo!
Se puder, pense nisso!
Por "O Aprendiz .'."

"Maçonaria uma Estrela que Brilha em Silêncio"

"Sem sombra de dúvida, nenhuma organização é tão fascinante e ímpar quanto a gloriosa maçonaria. Com a missão de tornar homens bons, melhores, ela conseguiu a proeza de permanecer intacta às intempéries da vida, mantendo-se firme como os preceitos que a impulsionam. Com a trilogia: Igualdade, Fraternidade e Liberdade, digna de atenção, pois, conceitos modernos e indispensáveis para um convívio melhor, na sociedade, há séculos são conhecidos, praticados e divulgados por seus integrantes. Hoje se fala muito em ecumenismo, como forma de resposta aos conflitos religiosos, contudo, a maçonaria foi a primeira entidade em que a fé individual foi utilizada como instrumento de integração, e não como combustível para sangrentas guerras, provando que todos somos filhos do mesmo Criador, ou seja: irmãos, e podemos viver realmente como tal, independente da religião a que pertençamos. Atualmente, percebemos que o racismo é uma patologia temível, que coloca em risco a humanidade, notamos então o valor, do exemplo da fraternidade maçônica, pois esta abomina todas as formas racismo. A filantropia, um de seus estandartes, tem uma característica própria que deixa esse gesto mais nobre: o silêncio, em que, na grande maioria das vezes, nem o próprio beneficiado tem conhecimento de seu benfeitor, esse condimento, não só deixa caracterizada a verdadeira caridade, como nos ensina que não devemos fazer as coisas boas, se podemos fazê-las perfeitas. Num universo tão eclético, seus congregados, aprendem a honrar três grandiosos pontos, que são sagrados em todos os lugares: Deus, Pátria e Família, independente da cultura, esses tópicos são uma unanimidade do que mais valioso um povo pode possuir. Percebemos que quando tais ícones são desonrados, as conseqüências são enormes. Porém, investida de tais predicados, foi sempre alvo constante de perseguições, injúrias, e preconceitos, pois jamais se alienou perante as mudanças globais, mostrando-se como obstáculo para caprichos de déspotas, prova disso é que até os nossos dias, estórias “fantásticas” pulverizadas nas mentes férteis das massas, associando à Maçonaria elementos malignos: “os maçons praticam magia negra” e, etc, são presentes e geram relatos tão absurdos, quanto à maldade de quem os criaram. Certamente, o que foi fundamental para que ela não se tornasse apenas uma mera coadjuvante na história da humanidade foi a dedicação e a disciplina de seus integrantes, pois apesar das lutas não se inclinou para os problemas, ao contrário, a cada obstáculo se fortaleceu. Privilegiando os excluídos, defendendo a ética, respeitando as autoridades, incentivando a paz, lutando conta vícios e cultivando a moral, ela segue firme sua jornada que é a disseminação desses valores, que são tão grandiosos e estão além do nosso plano material, pois a certeza da imortalidade da alma e a crença da existência de um Ser Supremo, são os geradores de tanta energia positiva, e com toda certeza, são companheiras dos maçons em qualquer trajeto, seja no cotidiano, ou na esperança de uma vida posterior.

por Cristyano Ayres Machado

quinta-feira, agosto 10, 2006

"Sois Maçom"

Sois Maçom

Só me lembrava daquela forte dor no peito. Como viera eu parar aqui? O ambiente me era familiar. Já estivera aqui, mas quando? Caminhava sem rumo. Pessoas desconhecidas passavam por mim, contudo, não tinha coragem de abordá-las. Mas espere, que grupo seria aquele reunido e de terno preto? Lógico! Não estariam indo e vindo de um enterro; hoje em dia é tão comum pessoas irem ao velório de roupa preta. É claro! São irmãos! Aproximei-me do grupo. Ao me verem chegar interromperam a conversa. Discretamente executei os sinais, obtendo resposta. A alegria tomou conta de mim. Estava entre amigos. Identifiquei-me, perguntei ansioso o que estava acontecendo comigo. Responderam-me com muito cuidado e fraternalmente. Havia desencarnado. Fiquei assustado; e a minha família, os meus amigos, como estavam? - Estão bem, não se preocupe; no devido tempo você os verá, responderam. Ainda assustado, indaguei do motivo de suas vestes. Estamos nos encaminhando ao nosso Templo Maçônico - foi a resposta. - Templo Maçônico? Vocês têm um? - Sim, claro. Por que não? Senti-me mais à vontade, afinal sou um 33 e com certeza receberei as honras devidas. Pedi para acompanhá-los, no que fui atendido. Ao fim da pequena caminhada divisei o Templo. Confesso que fiquei abismado. Sua imponência era enorme. As colunas do pórtico, majestosas. Nunca vira nada igual. Imaginei grupos de Irmãos conversando animadamente, porem em tom respeitoso. O que parecia o líder do grupo, que me acompanhava, chamou um irmão que estava adiante: - Irmão ! Acompanhai o Irmão recém chegado e com ele aguarde. Não entendi bem, afinal, tendo mostrado meus documentos, esperava, no mínimo, uma recepção calorosa. Talvez estejam preparando uma surpresa à minha entrada; para um 33 não poderia se esperar nada diferente. Verifiquei que os Irmãos formavam o cortejo para entrada no Templo. À distância não pude ouvir o que diziam, contudo, uma luminosidade esplendorosa cercou a todos. De tanta emoção não conseguia dizer nada. O tempo passou... Não pude medir quanto. A porta do Templo se entreabriu e o Irmão responsáve pelo cerimonial encaminhando-se a mim, comunicou que seria recebido. Ajeitei o paletó, estufei o peito, verifiquei se minhas comendas não estavam desleixadas e caminhei com ele. Tremia um pouco, mas quem não o faria em tal circunstância? Respirei fundo e adentrei ritualisticamente ao Templo. Estranho... Esperava encontrar luxuosidade esplendorosa, muito ouro e riqueza. Verifiquei, rapidamente, no entanto, uma simplicidade muito grande. Uma luz brilhante, vindo não sei de onde, iluminava o ambiente. Cumprimentei os Irmãos na forma usual. Ninguém se levantou à minha entrada. Mantinham-se calados, respeitosos. Não sabia o que fazer. Aguardava ordens ... e elas vieram em voz firme ? Reconhecendo a necessidade do telhamento em tais circunstâncias, aceitei respondê-lo. Aguardei, seguro, a pergunta seguinte. Em seu lugar o Irmão Chefe dirigindo-se aos presentes, perguntou: - Os Irmãos aqui presentes, o reconhecem como Maçom? Assustei-me. O que era isso? Por que tal pergunta? O silêncio foi total. Dirigindo-se a mim, o Irmã Chefe emendou: - Meu caro Irmão. visitante, os Irmãos aqui presentes não o reconhecem como Maçom. - Como não?! Disse eu. Não vêm as minhas insígnias? Não verificaram os meus documentos? Sim, caro Irmão, retrucou solenemente o Irmão Chefe. Contudo, não basta ter ingressado na Ordem, ter diplomas ou insígnias para ser um Maçom. É preciso, antes de tudo, ter construído o "seu Templo" e verificamos que tal não ocorreu com o Irmão. Observamos, ainda, que apesar de ter tido todas as oportunidades de estudo e de ter galgado ao mais alto possível, não absorveu seus ensinamentos. Sua passagem pela Arte Real foi efêmera. Não pude agüentar. Retruquei: - Como efêmera? Vocês que tudo sabem não observaram minhas atitudes fraternas? Fui interrompido. - Irmão, vejamos então sua defesa... Automaticamente desenhou-se na parede algo parecido com uma tela imensa de televisão e, na imagem, reconheci-me junto a um grupo de Irmãos, tecendo comentários desairosos contra a administração de minha Loja. Era verdade. Envergonhei-me. Tentei justificar, mas não encontrava argumentos. Lembrei-me, então, de minhas ações beneficentes. Indaguei-os sobre tal. E mudando a imagem como se trocassem de canal, vi-me colocando a mão vazia no Óbolo. Era fato e, costumeiramente, o fazia, por achar que o óbolo não seria bem usado... Por não ter o que argumentar; calei-me e lágrimas de remorso brotaram-me nos olhos. Iniciei a retirar-me, cabisbaixo e estanquei ao ouvir a voz autoritária e, ao mesmo tempo, fraterna do Irmão Chefe. - Meu Irmão, reconhecemos suas falhas quando no orbe terrestre e na Maçonaria. Contudo, reconhecemos, também, que o Irmão foi iniciado em nossos Augustos Mistérios. Prometemos, em suas iniciações, protegê-lo, e o faremos. O Irmão terá a oportunidade de consertar seus erros. Afinal, todos nós aqui presentes já os cometemos um dia. Descanse neste plano o tempo necessário e, ao voltar à matéria, para novas experiências, nós o encaminharemos para a Ordem Maçônica. Sua nova caminhada, com certeza, será mais promissora e útil. Saí decepcionado, mas estranhamente aliviado. Aquelas palavras parecem ter me tirado um grande peso. Com certeza, ali eu desbastara um pedaço de minha Pedra. Acordei, sobressaltado e suando. Meu coração, disparado. Levantei-me assustado, mas com certa alegria no peito. Havia sonhado!! Dirigi-me ao guarda-roupas. Meu terno ali estava. Instintivamente retirei do paletó as medalhas e insígnias e as guardei em uma caixa. Ainda emocionado, e com os olhos molhados de lágrimas, dirigi-me à minha mesa e com as mãos trêmulas e cheio de uma alegria enleante, retirei o Ritual de Aprendiz e comecei a folheá-lo.

"O Maçom e o Alfaiate"

"O Maçom e o Alfaiate".

Um dia um homem recebeu a notícia de que seria iniciado Maçom, ficou tão eufórico que quase não se conteve:
- Serei um grande homem agora - disse a um amigo.
- Preciso de roupas novas, imediatamente, roupas que façam juz à minha nova posição na vida.
- Conheço o alfaiate perfeito para você, replicou o amigo.
- É um velho sábio que sabe dar a cada cliente o corte perfeito, vou lhe dar o endereço. E o novo Maçom foi ao alfaiate, que cuidadosamente tirou suas medidas. Depois de guardar a fita métrica, o homem disse: - Há mais uma informação que preciso ter.
- Há quanto tempo o senhor é Maçom ???
- Ora, o que isso tem a ver com a medida do meu balandrau ???
Perguntou o cliente surpreso.
- Não posso fazê-lo sem obter esta informação senhor.
- É que um Maçom recém iniciado fica tão deslumbrado que mantém a cabeça altiva, ergue o nariz e estufa o peito.
- Assim sendo, tenho que fazer a parte da frente maior que a de trás, ano mais tarde, quando está ocupado com o seu trabalho e os transtornos advindos da experiência que o tornam sensato, e olha adiante para ver o que vem em sua direção e o que precisa ser feito a seguir, aí então, costuro o balandrau de modo que a parte da frente e a de trás tenham o mesmo comprimento.
- E mais tarde, depois que o maçom está curvado pela idade e pelos anos de trabalho cansativo, sem mencionar a humildade adquirida através de uma vida de esforços, então faço o balandrau de modo que as costas fiquem mais longas que a frente.
- Portanto, tenho que saber há quanto tempo o senhor foi iniciado para que a roupa lhe assente apropriadamente. O novo Maçom saiu da alfaiataria pensando menos no balandrau e mais no motivo que levara seu amigo a mandá-lo procurar exatamente aquele alfaiate. "

TFA